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AGRONEGÓCIO

Cooperativas do RS irão investir R$ 1,25 bilhão em usina de biodiesel

Indústria que será implantada em Cruz Alta (RS) é uma parceria da Cotrisal, Cotrijal e Cotripal

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Com um investimento de R$ 1,25 bilhão, será construída no município de Cruz Alta (RS) uma usina de biodiesel de soja. O investimento foi confirmado à Globo Rural pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Ambiental, Empreendedorismo e Inovação de Cruz Alta, Rogério Coradini Oliveira, e o lançamento oficial da usina será nesta quarta-feira (28/5).

A nova indústria, chamada de Soli3, é um empreendimento realizado em parceria pelas cooperativas gaúchas Cotrijal, de Não-Me-Toque; Cotrisal, de Sarandi; e Cotripal, de Panambi. Uma área de aproximadamente 140 hectares, entre Cruz Alta e a comunidade de Benjamin Nott, foi adquirida pelas cooperativas, e a previsão é de que as obras de terraplanagem tenham início no segundo semestre.

Segundo o secretário, a usina deve entrar em operação entre o fim de 2027 e o início de 2028, com estimativa de beneficiamento de 1 milhão de toneladas de soja por ano. “É um volume três vezes superior à produção de soja do nosso município, o que deve envolver a cadeia produtiva de soja de toda a região”, completa. A estimativa de faturamento, segundo o secretário, é de R$ 2,2 bilhões.

Oliveira destaca as vantagens que o município oferece e que foram fundamentais para a conquista do investimento: “somos uma cidade ‘geocêntrica’ regional, com um dos mais importantes entroncamentos rodoferroviários do Estado. Assim, contamos com diferenciais para a logística, como ligação direta com o Porto de Rio Grande, via linha férrea, e um aeroporto com pista de 1.200 metros de extensão, com estrutura para uso noturno”.

Ele também observa que, atualmente, passam pelo município em torno de 70% dos grãos, escoados via linha férrea, com destino ao Porto de Rio Grande.

Impactos econômicos

Para o secretário, o empreendimento deve gerar um impacto econômico no município de aproximadamente 60 mil habitantes, bem como na região e no Estado. Ele ressalta a movimentação do setor de prestadores de serviços e acrescenta que os resíduos de soja esmagada na usina poderão ser aproveitados em outras áreas e estimular a abertura de novos negócios.

“Temos perspectivas de que podem ser gerados outros investimentos nas imediações, inclusive de pequenas e médias indústrias. No processo de produção, são gerados o farelo de soja, que é utilizado na produção de ração animal, e a glicerina, usada pelas indústrias de cosméticos e farmacêutica”, exemplifica.

A usina de biodiesel deve gerar aproximadamente 650 empregos diretos e indiretos, além de abrir em torno de mil vagas de emprego durante a etapa de construção. De acordo com o secretário, a estimativa do projeto é de geração de cerca de R$ 210 milhões por ano de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

A Globo Rural entrou em contato com a Cotrisal e a Cotrijal, mas ambas preferiram não dar entrevistas sobre o empreendimento antes do lançamento oficial. A reportagem não conseguiu contato com a Cotripal.

Fonte: Globo Rural

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AGRONEGÓCIO

Um ano após enchente, produtora de arroz do RS colhe bem, mas preço desanima

Ester Vargas, de Mostardas, diz que a produção de 31 mil sacas, que possui denominação geográfica (DO), não paga as contas

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No ano passado, Ester Vargas, produtora de arroz em Mostardas (RS), viveu o desespero de perder toda sua produção com as enchentes que atingiram o Estado. Neste ano, seu desespero tem outro nome: os preços baixos do grão não bancam o custo de produção.

“Em 2024, nossa fazenda foi a única da região atingida pela enchente porque fica na beira da lagoa. Agora, colhemos uma safra muito boa, mas o preço da saca a R$ 75 força a gente a repensar a lavoura”, diz Ester, cuja família é tradicional no cultivo de arroz, mas cria também ovelhas, gado de corte e cavalos crioulos na Granja Roça Velha, de 970 hectares.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita desta safra deve chegar a 12,1 milhões de toneladas, um volume 14,8% maior do que o do ciclo anterior, mas o custo de produção subiu e o preço da saca caiu quase 40% em 12 meses.

Ester Vargas, de Mostardas (RS), é uma das produtoras que têm o único selo de Denominação de Origem (DO) concedido para o arroz — Foto: Eliane Silva/Globo Rural

Ester plantou neste ano 150 quadras de arroz, o equivalente a 261 hectares, e diz que nem vendendo toda a produção de 31 mil sacos de 50 kg conseguirá pagar as contas.

A família Vargas integra a Associação dos Produtores de Arroz do Litoral Norte Gaúcho (Aproarroz). Ela é uma das produtoras que têm o único selo de Denominação de Origem (DO) concedido para o arroz pelo Instituto Nacional da Propriedade Privada (Inpi).

Desde 2010, produtores de 12 municípios do litoral gaúcho, numa faixa de 250 km cercada pela Lagoa dos Patos e pelo mar, comercializam o grão certificado e rastreado por meio da Cooperativa Arrozeira Palmares.

Mesmo com o selo da DO, que garante a qualidade e maior percentual de grãos inteiros do arroz produzido na região, o preço de comercialização é o mesmo do arroz sem certificação, diferentemente da maioria dos produtos com indicação de procedência. Uma estimativa do Sebrae aponta que os produtos com origem certificada como o queijo da Canastra ou o café da Mantiqueira alcançam até 300% de valorização no mercado.

Amostras do arroz de Palmares foram apresentadas em evento em Gramado (RS) — Foto: Divulgação

Durante o Connection Terroirs do Brasil, evento realizado em Gramado de 28 a 31 de maio com o setor das IGs (produtos com Indicações Geográficas), Ester e outros integrantes da DO distribuíram no estande da Alameda dos Terroirs, na Rua Coberta, informações e amostras do arroz de Palmares, que também foi usado em pratos especiais na Arena Gastronômica.

*A jornalista viajou a convite do Connection Terroirs do Brasil

Fonte : Por Eliane Silva — Gramado (RS)

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